O mês de abril foi escolhido pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007 para representar a força da campanha Abril Azul, que tem como objetivo informar, prevenir, orientar, acabar com o preconceito e conscientizar sobre o Autismo.
O Autismo aliás, é um transtorno que ainda gera muitas dúvidas e é sobre ele que vamos falar nesse artigo, seus sinais, sintomas, graus, diagnóstico e sua campanha de apoio, continue a leitura e confira!
O que é Autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido como Autismo, é um transtorno do desenvolvimento neurológico, que tem como característica déficit na comunicação social, comportamento e habilidades cognitivas. Mas os portadores do espectro autista podem se destacar em habilidades com números, visuais, de música e arte.
O espetro pode estar ligado com a deficiência intelectual, dificuldade de atenção, na coordenação motora, inclusive problemas com sono e gastrointestinais. Pode ocorrer ainda o desenvolvimento de outros transtornos, como o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) ou o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislexia ou dispraxia. No período da adolescência ocorrem casos de desenvolver ansiedade e depressão.
É importante dizer que o Autismo não é uma doença e que o diagnóstico desse transtorno geralmente acontece a partir de sinais. O Autismo se inicia durante a gravidez, mas só é diagnosticado nos primeiros três a cinco anos de vida, período que os pais, responsáveis e educadores precisam inclusive ficar atentos.
O diagnóstico ainda não é possível através de testes de laboratório e nem sempre é fácil ser detectado, sendo realmente identificado de acordo com a observação do comportamento, linguagem e interação social atestadas através de avaliação médica, mas é claro muito importante a atenção dos pais e professores.
A confirmação do diagnóstico em crianças ou adolescentes deve ser realizado por uma equipe médica multidisciplinar, que inclui pediatra, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo e neuropsicólogo, isso a partir de informações e realização de alguns testes, como os auditivos. Em adultos o diagnóstico é mais difícil, devido à similaridade com outros transtornos, como a ansiedade.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) os portadores de Autismo correspondem há 1% da população mundial, sendo mais de 70 milhões de pessoas. No Brasil a estimativa é que existam cerca de 2 milhões.
Mesmo diante de estudos, a ciência ainda não conseguiu definir a causa exata para o Autismo, no entanto há evidências de que está relacionada à questões genéticas: desordens metabólicas, infecções virais (infecções durante a gravidez), lesões na formação do cérebro, complicações no parto ou gravidez e fatores ambientais, por exemplo.
Não há cura para o Autismo, afinal como já dito acima não é uma doença, é uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro, afetando a maneira como a pessoa percebe e se socializa com o mundo.
O Autismo é dividido em 3 categorias, são variações com níveis de gravidade, ou seja, graus de funcionalidade.
Grau/ Nível 1 - Leve
Neste nível a pessoa é mais funcional, no entanto apresenta dificuldades para interagir, dificuldade de iniciar relações sociais, problemas de organização e planejamento que podem prejudicar sua independência. O comportamento inflexível acaba dificultando as atividades cotidianas.
Grau/ Nível 2 - Moderado
As pessoas neste nível apresentam um quadro um pouco mais grave, com habilidades sociais limitadas, dificuldade nas relações sociais, dificuldade acentuada na comunicação verbal e não verbal. São mais inflexíveis em seus comportamentos, apresentando resistência à mudança, comportamentos restritivos e repetitivos mais frequentes e evidentes, com dificuldade de mudar o foco das ações.
Grau/ Nível 3 - Severo
Este é um nível mais grave, no qual as pessoas com Autismo apresentam um grau mais severo em relação à comunicação verbal e não verbal. Também apresentam dificuldades perceptíveis para iniciar interação social e acentuada dificuldade de funcionamento, com capacidade cognitiva prejudicada. Apresentam tendência ao isolamento e podem demonstrar comportamentos inflexíveis.
Os símbolos do Autismo são imagens criadas para representar a diversidade, além de gerar identificação, inclusão, conscientização e acabar com o preconceito.
Quebra-cabeça: foi o primeiro símbolo criado em 1963, por Gerald Gasson, que era membro da National Autistic Society e era pai de uma criança autista. O símbolo era composto por uma peça de quebra-cabeça desencaixada com a imagem de uma criança chorando. A figura tinha o propósito de indicar como uma pessoa autista sofre e não consegue se encaixar na sociedade. Nessa época esse era o conceito e o Autismo era considerado uma deficiência mental.
No entanto com o passar do tempo, o símbolo foi reformulado e substituído, sendo representado por 4 peças de quebra-cabeça coloridas e encaixadas, visando evidenciar a complexidade do autismo e seus diferentes espectros. Esse símbolo também não foi muito aceito, pois ao invés de tornar-se uma tentativa de conscientização era mais visto como uma evidência de dificuldade para entendê-los. Apesar de ser considerado um símbolo que traz mais prejuízos à causa, é também um dos mais conhecidos e usados para apoiar e representar o TEA.
Fita de quebra-cabeça: criado em 1999, ficou conhecido mundialmente como a fita da conscientização ou fita do Autismo.
A fita é composta por peças de quebra-cabeça com cores diferentes, representando a diversidade de pessoas e famílias que convivem com o Autismo e as cores vivas representam a esperança de acolhimento e tratamentos.
Esse é o símbolo da Sociedade do Autismo e é o mais usado para representar o TEA.
Logo Neurodiversidade: esse símbolo em formato de infinito colorido, é utilizado como alternativa ao da fita com quebra-cabeça, ele também é usado para representar as dificuldades e habilidades do espectro autista.
Foi criado pelos próprios autistas, é usado pelo movimento da Neurodiversidade e é o mais aceito pela comunidade autista.
Em 2014 foi regulamentada pelo Decreto 8.368 a “Lei Berenice Piana” – Lei 12.764 de 2012, criando a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno de Espectro do Autismo. Essa lei foi criada com objetivo de certificar o direito dos autistas ao diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamentos, também acesso à educação e igualdade nas oportunidades de trabalho.
Já em 2020 o Presidente da República Jair Bolsonaro sancionou vetos a Lei 13.977, que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A sanção foi publicada no Diário Oficial da União e a norma foi batizada como Lei Romeu Mion, filho do apresentador de TV Marcos Mion, que tem o espectro autista.
As causas do Autismo ainda não são conhecidas pela ciência, no entanto acredita-se que na maioria dos casos a origem seja genética, hereditárias e até devido a fatores ambientais.
Quanto aos sinais, eles podem surgir nos primeiros meses de vida, mas podem variar de pessoa para pessoa. Os sinais comuns são:
- Não manter contato visual;
- Demorar para falar as primeiras palavras, engatinhar e andar;
- Dificuldade de ficar em lugares barulhentos;
- Dificuldade de comunicação verbal e não verbal;
- Seletividade alimentar;
- Não atender quando chamado pelo nome;
- Dificuldade de socializar com outras crianças;
- Hábito de alinhar objetos;
- Ser muito preso à rotinas a ponto de entrar em crise;
- Brincar com brinquedos de forma não convencional;
- Fazer movimentos e comportamentos repetitivos sem função aparente;
- Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
- Repetir frases ou palavras em momentos inadequados;
- Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo;
- Girar objetos sem uma função aparente;
- Interesse restrito ou hiperfoco;
- Não imitar;
- Não brincar de faz-de-conta;
- Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.
Muitas vezes o Autismo pode ser confundido com desatenção ou timidez, por isso o ideal é procurar ajuda médica para uma avaliação e a indicação do tratamento mais adequado.
O diagnóstico do Autismo deve ser realizado por um médico, analisando histórico do paciente, de seu comportamento e relatos dos pais, pois ainda não há como descobri-lo através de exames laboratoriais ou de imagem. Os médicos geralmente usam também: o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde.
O tratamento deve ser realizado com ajuda de profissionais como: médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e pedagogos, para que assim o portador do espectro autista tenha evoluções, conseguindo desempenhar tarefas comuns do dia a dia sem dificuldades.
Tratamentos psicossociais são muito importantes para o desenvolvimento das crianças com Autismo e há casos em que devido a maior agressividade e doenças paralelas, como o transtorno bipolar ou a depressão, seja necessário incluir medicamentos.
O transtorno de espectro autista ainda não tem cura, mas tem tratamento,
com ajuda de medicamentos que podem ajudar e minimizar os sinais.
A Campanha Abril Azul
Abril não foi um mês escolhido por acaso para a campanha Abril Azul, que é sinônimo de prevenção e conscientização sobre o Autismo, pois 2 de Abril foi a data escolhida pela ONU, como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
Por que azul?
A cor azul determinada para a campanha também tem um significado, a questão é que a condição ocorre mais em meninos, sendo uma proporção de 4 meninos para cada 1 menina. Essa é uma constatação da ciência, mas ainda não há respostas para esse fenômeno.
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